Iniciar na Quimbanda ou em Palo Mayombe é uma decisão séria e irreversível que precisa de ponderação de ambas as partes.
Cada sistema desses traz sua particularidade embora tenham o seu “núcleo” oriundos de uma origem em comum, a Necromancia Banto.
E não somente isso se limita a Quimbanda ou Palo Monte, de fato, enquanto “motor espiritual”, todas as religiosidades que foram desenvolvidas sobre ele podem ser consideradas como sistemas necromânticos, independente do direcionamento positivo ou negativo que mais imprima o seu culto.
Seja lá o nome que se dê para umbanda, quimbanda, palo monte, kibayo, etc, são todos em essência cultos necromânticos cujo cerne é Banto!
Dada essa rápida e sintética introdução, gostaria de tentar elucidar alguns questionamentos, dentre os mais pertinentes, no tocante a Quimbanda e Palo Monte, que recebo:
“Como faço para ser iniciado na Quimbanda”?
“Sou Católico/Umbandista/Candomblecista, isso afeta”?
“Meu pai de santo assentou uma pomba-gira pra mim, isso atrapalha”?
“Eu sai da igreja, posso ser iniciado/a na Quimbanda”?
Etc, etc,etc…
Enfim, os questionamentos são dos variados em motivos e intenções, mas antes de responder a estes questionamentos, vamos ao que acredito ser mais importante: saber onde você está entrando!
Eu costumo dizer aos meus afilhados que Quimbanda não tem margem pra achismo, “intuições”, sonhos ou “recados espirituais”.
A coisa toda é muito 8 ou 80.
Ou você está ingressando em uma “família espiritual” com base, origem e bem estruturada, ou você está caindo em mais um golpe.
Simples assim!
Você pode querer argumentar que a “Casa B” não é golpe, é séria, etc, etc.
Lamento pelas almas mais sensíveis, mas para mim qualquer recém iniciado que se preste a fazer trabalhos, atendimentos e iniciar terceiros é sim um golpista!
Antiguidade é posto!
Seja na Quimbanda, na Umbanda, no Palo, em qualquer religiosidade da diáspora Africana isso é uma verdade que não deixa margem para questionamentos.
Eu não acredito que alguém que tenha, por exemplo, apenas dois anos de iniciado, de convívio prático dentro de qualquer religião, esteja apto para exerce-la como sacerdote.
Se você pensa o contrário tudo bem, a minha casa não é pra você!
Agora você que, ainda que intuitivamente, concorda comigo, é quem desejo orientar.
Primeiro, saiba quem é o sacerdote, isso é o primeiro passo!
Converse com ele, saiba qual sua “filosofia” de vida pessoal, religiosa, social, até política se precisar!
Sim, tem que saber a fundo sobre essa pessoa sim, sabe por que?
Porque vocês terão um convívio “iniciador-iniciado”, “professor-aprendiz” e eu garanto que nada é PIOR do que ter que conviver com alguém com que não nos sentimos a vontade.
E não se acanhe com isso pois, CERTAMENTE, se for um sacerdote de verdade, ele TAMBÉM estará te “sondando”!
Uma relação interpessoal SADIA com aquele/a que irá te iniciar é uma CONDICIONAL “sine qua non” para que você possa dar esse primeiro passo em sua vida espiritual!
Se não for assim sua vida simplesmente não vai caminhar, vocês só terão atritos e desentendimentos, no melhor dos casos…
Faça contato, converse, vá se aproximando, entendendo, estabelecendo um vínculo mínimo de contato social.
Com isso certamente você saberá se está ou não com a pessoa certa pra você.
E por favor, não se trata dele/a ser “legalzinho/a”, tenha MATURIDADE e SERIEDADE ao avaliar a pessoa!
Comportamento infantil, megalomania, narcisismo, complexo de superioridade, desequilíbrio mental, ataques súbitos (famoso CHILIQUE) em público (internet) ou em privado, são apenas ALGUNS dos vários indícios de que você está fazendo a escolha errada…
O Segundo Ponto e não menos importante a se notar é a vida MATERIAL do indivíduo.
Sim, dinheiro, grana, aqué, zimbro, pataco, bufunfa, etc.
Ninguém nesse universo e nem no outro vai me convencer, UM milímetro que seja, de que uma pessoa literalmente na BANCARROTA tem QUALQUER axé positivo para transmitir na iniciação!
Sobre isso não perco meu tempo em argumentar, é algo óbvio e claro: se ele/a não resolve a vida dele/a não é a SUA que vai ajudar a caminhar!
E se você acredita que “espiritualidade, passividade, servidão e conformismo andam juntos” seu lugar não é na minha banda mesmo!
Terceiro Ponto.
Tudo correndo bem, aí sim é a hora de agendar sua consulta, por vários motivos:
1° – Tem que “apurar” sua espiritualidade e seus respectivos fundamentos.
2° – Mesmo que você já os tenha “assentados” foi a mão de outra pessoa, e se o que foi feito anteriormente fosse tão bom você certamente não estaria aqui.
Eu não coloco vinho bom em garrafa de cachaça.
Quarto Ponto.
Após tudo isso feito e os valores acordados (aqui não praticamos caridade), é hora de dar andamento em sua iniciação e, uma vez concluída, você transportar os assentamentos para sua casa, porque o seu Exu, sua Pomba-Gira, seu Nganga tem que morar na sua casa, não na minha.
Antes que pergunte, tudo que faço, no que tange a iniciação, é segredo de iniciação, porém deixo claro que não há nada que “atente à moral e aos bons costumes” socialmente aceitos.
Eu não entro e não falo dos detalhes previamente porque aprendi que iniciação é assunto de interesse de iniciados e iniciandos. E isso basta.
Evidentemente não basta iniciar, você tem que aprender, se desenvolver e praticar.
E para que isso ocorra, da melhor maneira possível, tenho minha própria metodologia de ensino e treino para os MEUS iniciados.
Aqui eu início em Quimbanda “ponto final”.
Sem “blend”, sem “marca”, sem “saborzinho”.
Portanto, se você busca Quimbanda com “pedigree” não perca seu tempo e não gaste o meu.
Procure alguma das ditas e famosas “7 linhas de esquerda” da Umbanda que certamente isso irá atender a suas expectativas!
Para um resumo essas informações são suficientes.